Dando sequência à programação, a primeira mostra audiovisual do estado destinada exclusivamente à exibição de filmes produzidos por diretores afro-brasileiros promoverá no sábado (29/06) a exibição de quatro filmes, desta vez no terreiro Ilê Wopô Olojukan. A mostra ainda homenageará o Babalorixá Pai Sidney, representante do terreiro.
Criada com o objetivo de difundir e incentivar a produção audiovisual de realizadores afro-brasileiros, a 3ª Mostra CineAfroBH: – Quilombos Urbanos, Fé e Cultura” realizará no sábado, (29/06) a segunda exibição de filmes da programação, no Terreiro Ilô Wopô Olojukan, localizado no bairro Aarão Reis, região Norte da capital. Durante toda a programação da Mostra, o público tem a oportunidade de conhecer e conviver melhor com os mestres de cultura popular residentes em seu bairro, diretores, artistas locais e convidados ilustres. Como forma de criar integração entre o publico, em todas as sessões de rua, a mostra oferece ao público pipoca gratuita.
O homenageado da vez será o Babalorixá Pai Sidney, representante do terreiro de candomblé que foi fundado em 1964 pelo Babalorisa Carlos Olojukan. Tombado em Novembro de 1995, como patrimônio Cultural de Belo Horizonte pela Prefeitura Municipal de BH, o espaço é um importante reduto cultural da cidade. Na data, o público poderá assistir aos filmes da Programação “Religiosidades”, composta pelos curtas-metragens: “Road Movie à Moda Norte Mineira” de, Alexandre Naval (MG); “A mulher da casa do arco-íris” de Gilberto Alexandre (SP); “Kabadio” de Daniel Leite, (RJ); e “Humanis Causa” de Lucas de Jesus (RJ).
OS FILMES
Os 10 filmes selecionados para a terceira edição são majoritariamente produzidos por realizadores afro-brasileiros, sendo 6 deles mineiros ou então radicados em Minas Gerais, e quatro que vem do Rio de Janeiro, Maranhão e Espírito Santo. Desta forma, a Mostra CineAfroBH, realizada com os recursos do Fundo Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, reafirma seu compromisso de valorizar prioritariamente o cenário audiovisual mineiro, construído bravamente por realizadores que atuam na transmissão das tradições culturais seculares para as futuras gerações, ao mesmo tempo que ao receber participantes de outras regiões do Brasil, constrói interlocuções e conexões com o cenário cinematográfico nacional
Dirigido pelo mineiro Alexandre Naval, o curta “Road Movie à Moda Norte Mineira” mostra a decadência de uma dançarina que fez muito sucesso na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, na década passada. Ao adentrar em uma viagem de carro, ela vê sua vida e a de todos que estão ao seu redor, passar por transformações profundas.
Já no filme “A Mulher da Casa Arco-íris”, o capixaba Gilberto Alexandre apresenta a história de Mãe Dango, sacerdotisa do Candomblé Angola. Sua trajetória é marcada pela ancestralidade herdada de seu pai, que lhe passou os ensinamentos da cultura bantu, e atravessada por episódios de superação e conquistas diante do racismo violento do país. A Casa do Arco-Íris, que ela define como um quilombo, abriga todos os seus filhos e é onde se cultuam os inquices. Assim, acompanhamos um espaço onde se constrói mais um capítulo da história da resistência negra no Brasil.
O olhar investigativo do diretor carioca Daniel Leite apresenta o curta “Kabadio”, que conta a história de personagens reais, habitantes de um pequeno vilarejo muçulmano no coração do Senegal, chamado Kabadio. O local é uma espécie de éden místico protegido por líderes religiosos, sendo o epicentro de vidas que tentam manter suas tradições em meio à guerra civil e ao contrabando de mercadorias. O segundo curta propõe uma reflexão ativa sobre os direitos humanos, sobre brasilidade e sobre a conjuntura atual de nossa sociedade. No ultimo filme exibido nessa noite, “Humanis Causa” o diretor carioca Lucas de Jesus propõe uma reflexão sobre nossa luta por direitos. Na cena cerca de 25 atores refletem sobre nossa realidade atual e através do olhar clinico e único, propiciado pela fotografia do grande cineasta brasileiro Neville D’almeida, somos colocados em uma posição de participante ativo da obra, trazendo assim uma maior relação de espectador-obra.
HOMENAGENS
As exibições de rua da MCABH também tem como objetivo homenagear e promover o trabalho cultural desenvolvido pelos mestres da Cultura Popular e efetivar a legitimação dos seus saberes como Patrimônio Imaterial Cultural Brasileiro. Por isso, a programação é composta por sessões de cinema seguidas de rodas de conversa com os mestres homenageados, convidados e publico, sempre próximo aos locais onde esses mestres executam seu fazer cultural, contribuindo para um reposicionamento simbólico de suas atividades na comunidade local. Desta forma, os mestres ganham maior visibilidade no bairro onde vivem e recebem o devido reconhecimento por seu fazer cultural em suas próprias comunidades, pelo Estado, ou mesmo pela indústria cultural.
A exibição no Terreiro Ilô Wopô Olojukan marca o encerramento da programação da Mostra em Belo Horizonte, que em seguida circula para o estado da Bahia, onde promoverá atividades na cidade de Salvador e Valença.
2ª SESSÃO
Data: 29 de junho de 2019 (Sábado)
Horário: 18h às 21h
Onde: Terreiro Ilê Wopo Olojukan (Rua Dr. Benedito Xavier, 2030, CEP 31814-654 / Referencia: Na Lateral do shopping Onix, atrás do lava jato, – Bairro Aarão Reis; Região Norte)
Ônibus: 1510 ou 711 Estação São Gabriel / Solimões ou 713 Estação São Gabriel /Lajedo.
>>> COMO CHEGAR:
FILMES
– Road Movie à Moda Norte Mineira [Alexandre Naval ,19’39, 2018, MG]
– A mulher da casa do arco-íris [Gilberto Alexandre 23`24, 2017/18, SP]
– Kabadio [Daniel Leite,16’09, 2016, RJ]
– Humanis Causa [Lucas de Jesus,19’59, 2018, RJ]
Mestre Homenageado: Pai Sidney
A Mostra CineAfroBH é realizada pela ATOS Central de Imagens com patrocínio do Fundo de Projetos Culturais da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH, Projeto 0171/2017 – FPC-SMC-PBH.
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